quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Da luz à escuridão

A lâmpada já fazia barulho há tempos e dava indícios de que iria queimar. Dito e feito. Numa das tantas cheganças pela madrugada, ele foi surpreendido pelo estalo e o apagão que se seguiram.

Não hesitou em transformar a luminária do seu criado em uma fonte de luz provisória. Tratou de mirar o feixe para a parede branca: maior claridade.

Naquele momento foi que se recordou de como havia usado daquele recurso outrora. Numa dada situação totalmente diferente daquela posta. Em uma em que a penumbra é desejada e não um obstáculo.

Quantas reminiscências, meu leitor ...
Provavelmente você já as teve. Começa como uma reação em cadeia, na qual as coisas vão se sucedendo de uma forma alucinada e no mergulho de várias lembranças você é tragado. Por vezes, traído por esses "souvenirs" ou marcado pelos "feed-backs".

Pois bem, foi o caso. Havia muito tempo que ela não me aparecia tão nítida e lasciva. Foi somente fechar os olhos e deixar a escuridão tomar conta do quarto. A porta dos sonhos se abriu e me trouxe você; tão palpável, tão real...
Hesitei em acordar e findar com toda a recordação bem vinda, a vida continua e como um forte raio do sol de verão exige o seguir. Segui ... não menos saudoso de tuas mãos, no entanto, menos obscuro delas.


Um comentário:

Alice Agnelli disse...

Cara, essa música é uma graça, como grande parte das músicas dela.

Mas essa combina com vcs.

;)