sexta-feira, 22 de maio de 2009

Paulatinamente

Delegar tarefas. Sem intenção, ou de caso pensado, cada vez mais apontamos afazeres a serem feitos pelos outros. O nosso cotidiano é repleto de bons exemplos. Quando você acorda e deixa a cama desarrumada, delega a alguém que a arrume pra você. Quando você não faz o seu trabalho de maneira correta, algum outrem arcará com o fardo da labuta. Quando você almoça e não lava a louça, delega a alguém que a lave, enxugue e a guarde novamente.

Poderia rechear este branco com vários exemplos. Eles falam por si só e se fazem ser entendidos muito melhor do que qualquer reles divagação deste que vos fala.

Nostálgico leitor, faça um força no pensamento e reflita como as coisas seriam diferentes se você as fizesse de fato. Você só dará valor na cama arrumadinha de todo santo dia, quando a perder e ter de fazer por você mesmo, aprender a arrumar. Você só dará valor na casa cheirando a limpeza, quando você entrar na sua casa imunda e ter de limpa-la sozinho, aprender a limpar: quanto diluir?

Essas passagens podem se dar pela iniciativa deliberada. Acordamos em um dia inspirado e decidimos fazer o que nos compete, ou que pelo menos está no alcance de nossos braços. Por vezes somos obrigados a fazer essa mudança, de maneira compulsória, sem mais delongas. Acredito que ambas tragam uma alegria de autosuficiente incrível, mas a segunda vem carregada de algum fator maior, que não me compete descrever nessa dissertação.

Na contramão deste raciocínio que traçamos, existem as pessoas que dominavam a técnica com habilidade. Usavam-na de maneira precisa e, por forças que não me competem explicar, desaprendem-na. No auto de sua autoafirmação, você vai se perdendo, entremeando tortuosos e lânguidos caminhos que outrora eram linhas retas.

Pouco a pouco as decisões de qual caminho seguir já não estão sensíveis. Você delegou a alguém. Paulatinamente, sem perceber, você se enveredou por alamedas muito complexas. O mapa estava errado. O google não te auxiliou.
É você contra o que você delegou.
Chegamos no ponto que gostaria, serei simples e direto: recupere sua autodeterminação. Mesmo.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Rascunho imperfeito

Das incongruências da vida, tudo vai se acertar, a sua revelia ou não.

Paulatinamente o que se contruiu, desaba.

Paulatinamente o que se desabou, resurge.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Gripe: (A) Marginália

O apocalipse: todas as pessoas acreditam em algum grau no nosso fim capital. Alguns mais, outros menos. Eu diria que a mídia é a que mais aposta no derradeiro dia, pena que se isso ocorrer, não terão leitores para o dia seguinte. Recuso-me a acreditar nessa tal pandemia, nível 5, segundo a OMS ( Organização Mundial da Saúde ), ou seja, risco eminente de todos os seres humanos serem infectados. Há um quê de demagogia em tudo que se tem dito e tudo que tem circulado pelos jornais. Faz-se um alarde imenso por 5.000 casos no mundo todo. As pessoas estão imersas em um globo que já bateu a casa dos 7 bilhões de habitantes, portanto 0,00007% dos seres humanos que habitam o planeta Terra estão doentes. Fechem as janelas. Não saiam de casa. Usem máscaras, de preferência evitem respirar, possivelmente pode ser o seu último suspiro ante ao influenza.

Quando este texto circular, os casos serão mais numerosos, eles vão crescer, mas não baterão nem de longe os números que apresentarei a você, saudável leitor. No mundo, a tuberculose é uma das doenças respiratórias graves que mais mata. Só no Brasil, segundo dados da Anvisa, são 116 mil casos da doença. Esta não é noticiada como pandemia. No mundo, o vírus do HPV tem causado o aumento escandaloso da incidência de câncer de colo do útero. Só no Brasil, segundo dados da Comissão de Infectologia Brasileira, são 34 milhões de casos. Este não é noticiada como pandemia. Acho que já me fiz entender. Poderia citar outros exemplos como os casos de asma e pneumonia, mas os pouparei de dados aberrantes.

Mais: o grau de mortandade do Influenza A ( H1N1 ) é infinitamente menor frente aos da tuberculose, por exemplo, que mata 68 entre 10 mil habitantes.

Fim por fim, a indústria de máscaras ri por trás delas. A indústria farmacêutica nada de braçadas em antigripais e afins. Alguém sempre ganha com a desgraça alheia.

Mais uma vez a mídia faz o seu papel de espetacularização do mundo. Kracauer, o mentor dessa ideia, estaria gargalhando ante a tanto alarde. Atenho-me ao brasileirissimo Gilberto Gil que sabiamente cantava a algum tempo atrás: aqui é o fim do mundo!

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Mau cheiro

O Brasil vai mal, caro leitor eleitor. A cada dia que abrimos os jornais nos deparamos com disparates mil. Detalhe: eles não atingem somente a esfera Legislativa, a mais nefasta, mas também corrompem o Executivo e o Judiciário. Justifico tal afirmação com dois exemplos patentes.
O primeiro, malfadado, diz respeito às passagens que os congressistas recebiam e utilizavam ao seu belprazer. Os meses que o contribuinte trabalha todo ano para ser revertido em imposto era gasto com voos de Eduardo Suplicy acompanhado da namorada para o exterior, de Luciana Genro para Protógenes Queiróz realizar palestras e até mesmo para Adriane Galisteu assistir ao Carnaval. Nada mais justo, não é? Mesmo porquê Suplicy é de família pobre em São Paulo, humilde, os Matarazo. Luciana Genro, sim a do PSOL, é filha de Tarso Genro, um pequeno proprietário do sul. Protógenes Queiróz é delegado federal, mas só isso, ganha o mínimo. Adriane Galisteu também passa por dificuldades, sua carreira na televisão mal paga o pão do café.
Magnífico.

Para colocar a cereja no bolo, o presidente Lula disse que as críticas são "hipócritas" e que na sua época de deputada ele também usufruiu de tal regalia para levar "companheiros" para lá e para cá. Claro ! Justíssimo !

Não bastasse tudo isso o deputado Sérgio Mendes ( PTB-RS ), que é relator do caso Edmar Moreira , ( sim, o do castelinho ), disse: " estou pouco me lixando para a opinião pública ( ... ) vocês batem, mas a gente se reelege".

A afirmação dele é epistolar e porque não dizer categórica. Infelizmente é verdade. A nossa democracia está viciada, comprometida e entulhada. A sociedade brasileira colocou a escumalha toda junta, toda a patuleia empoleirada. Não se consegue colocar a mão no fogo por ninguém, nem pelos que outrora carregavam a coroa da ética. A coroa está sem cabeça, ela é posta na vitrine para admiração popular, mas nenhum parlamentar tem capacidade moral de empunha-la.

Para concluir: o debate sobre reforma política ganhou força e tudo indica que o voto por lista fechada será aprovado por maioria simples. Ou seja, a única arma, ainda que fosse um estilingue, que tínhamos na mão que era tentar punir o transgressor não dando nosso voto pra ele, acabou. Votaremos em listas que se construirão pelo lobby, pelo jogo político, pelo interesse financeiro. Enfim, é a manobra irada para que eles se escondam, definivamente, atrás de uma cortina fétida.

Minha vontade é de escrever mais, mas meu estômago já está revirado.
O Congresso Nacional fede.