sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Olhos que procuram olhos

Mesmo sem desejar, mesmo desviando a face, eles são implacáveis. Não existe sentimento tão enigmático quanto esse. O momento que se dirige o olhar, alguém o dirige contra o seu.

Por vezes ele é implacável;

encontra um choque dolorido, um choque frontal, um choque fatal. Ele crava um momento indelével e que nenhuma palavra seria capaz de definir ou conceituar tal realidade.

Por vezes ele é terno;

afetuoso, abraça o emissor bem como o receptor, é um sentir-se acariciado sem existir um tato.

Mas, caro leitor, existe outra modalidade de olhar. O olhar sem visão, o sem horizonte, o sem sentido. Não se consegue discernir se aquilo é bom ou ruim, se aquilo lhe transmite algo ou não. É uma vontade de chegar e perguntar: "E ai, meu amigo, me explique seu olhar!"

Qual será a resposta?

Nessa vicissitude momentânea, posso lhe garantir, visionário leitor, o olhar significa o desencontro, a desarmonia, a nítida sensação de que nem as palavras deram conta. O olhar se perdeu!

Procuro um olhar que me faça mergulhar num buraco negro, sem pensar e, talvez, nadar num mar azul, verde ou castanho, mas que seja leve.

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