sábado, 20 de setembro de 2008

Segue o tormento

Não tenho do que reclamar. Minha vida é muito boa, circundada de pessoas interessantes, de uma família maravilhosa e zelosa. Porém, hoje, exatamente hoje alguma coisa "extra" tomou-me e parece ter se esquecido de ir embora. Não falo de um sentimento, mas sim dum estado de espírito. Não estou bem.

A mais difícil das viagens humanas com certeza é a de conhecer a si própio. Tenho convicção de que momentos como esse, vai e volta as pessoas sentem. Que angústia interna será essa?
Tentei desvendar o porque desta melancolia, desta necessidade quase capital de compania, do não querer estar só, de conversar... conversar muito... sobre nada ...
Olhar vago, pensamento fixado no nada, pensando o que? Pensar deprime. O quão difíceis e complexas as coisas são, ou elas seriam fáceis e nós que a complicamos?

Não reli o que escrevi, nao lerei... verborragia interna configurada em carta-descarrego ou para os cultos; fluxo de pensamento.

... esse pesar, pensando bem, pode ter nascido no "quase", na iminência, do saber poder fazer mas nao o realizar, ou saber que as coisas poderiam ter se dado, mas acabaram por ficar no "quase", ou no depois; que pode não vir.

Esse apego ao volúvel, ao mutável, ao dinâmico faz de nós arrebentação de maré, ora recuados, afastados ... ora bravios, fortes, um turbilhão !!

... essa "coisa" que lhes descrevo, é indescritível, é inclassificável, mas você deve saber, em algum momento, essa escuridão lateral e a ausência de chão confiável( temor ) ...

... que o tempo cure mais essa, e que seja em dose única; está minando minhas esperanças.

5 comentários:

Renata disse...

Sorriso!
Aqui quem vos fala é a Renata, namorada do fontes, lembras? Vim aqui por recomendação do mesmo ler o seu blog, gostei muito, viu?
"A mais difícil das viagens humanas com certeza é a de conhecer a si própio."
Concordo em gênero número e grau. Fiquei um tempão dessa. Decidi tirar umas férias de mim mesma. Você deveria tentar o mesmo, se ver que está enlouquecendo...
Beijo grande!

Alice Agnelli disse...

ao contrário de todos que leram e ficaram mudos-perdidos-nos-pensamentos-com-palavras-faltando-e-dúvidas-incomodando, a renata foi capaz de comentar e ainda mais:
aconselhar.

sabe, como que faz pra tirar essa tal de "férias"?

Felipe Lobo disse...

Essa sensação é angustiante. Não dá para ter certezas, só um incômodo constante. Mas às vezes é nessas situações que encontramos os melhores caminhos.

Credo, isso ficou meio auto-ajuda. Desencana e VAMBEBÊ!

Tulio Bucchioni disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Tulio Bucchioni disse...

acho que definiria seu texto com o mais trivial, porém mais acertado adjetivo que consigo pensar: humano.

demasiadamente humano.

trocadilhos à parte, isso que você tá sentindo, meu amigo, é algo que tds sentem e sempre sentirão. algo que é difícil de ser classificado e que, em meio a essa dificuldade sufocante e quase insana, parece contraditoriamente nos mostrar o quão vivos estamos!

e eu te admiro por td essa intensidade, vivacidade e fôlego!vc sabe disso.