quarta-feira, 13 de maio de 2009

Gripe: (A) Marginália

O apocalipse: todas as pessoas acreditam em algum grau no nosso fim capital. Alguns mais, outros menos. Eu diria que a mídia é a que mais aposta no derradeiro dia, pena que se isso ocorrer, não terão leitores para o dia seguinte. Recuso-me a acreditar nessa tal pandemia, nível 5, segundo a OMS ( Organização Mundial da Saúde ), ou seja, risco eminente de todos os seres humanos serem infectados. Há um quê de demagogia em tudo que se tem dito e tudo que tem circulado pelos jornais. Faz-se um alarde imenso por 5.000 casos no mundo todo. As pessoas estão imersas em um globo que já bateu a casa dos 7 bilhões de habitantes, portanto 0,00007% dos seres humanos que habitam o planeta Terra estão doentes. Fechem as janelas. Não saiam de casa. Usem máscaras, de preferência evitem respirar, possivelmente pode ser o seu último suspiro ante ao influenza.

Quando este texto circular, os casos serão mais numerosos, eles vão crescer, mas não baterão nem de longe os números que apresentarei a você, saudável leitor. No mundo, a tuberculose é uma das doenças respiratórias graves que mais mata. Só no Brasil, segundo dados da Anvisa, são 116 mil casos da doença. Esta não é noticiada como pandemia. No mundo, o vírus do HPV tem causado o aumento escandaloso da incidência de câncer de colo do útero. Só no Brasil, segundo dados da Comissão de Infectologia Brasileira, são 34 milhões de casos. Este não é noticiada como pandemia. Acho que já me fiz entender. Poderia citar outros exemplos como os casos de asma e pneumonia, mas os pouparei de dados aberrantes.

Mais: o grau de mortandade do Influenza A ( H1N1 ) é infinitamente menor frente aos da tuberculose, por exemplo, que mata 68 entre 10 mil habitantes.

Fim por fim, a indústria de máscaras ri por trás delas. A indústria farmacêutica nada de braçadas em antigripais e afins. Alguém sempre ganha com a desgraça alheia.

Mais uma vez a mídia faz o seu papel de espetacularização do mundo. Kracauer, o mentor dessa ideia, estaria gargalhando ante a tanto alarde. Atenho-me ao brasileirissimo Gilberto Gil que sabiamente cantava a algum tempo atrás: aqui é o fim do mundo!

2 comentários:

Victor disse...

Quer mais do que Chagas? Descobriram em 1902, 18 milhões de infectados, 20 mil morrem por ano, mas a industria farmaceutica vai fazer remédio pra isso? Pra que pra pobre parar de morrer? E pobre tem dinheiro pra pagar remédio? Ah, mais fácil deixar assim!!

Felipe Lobo disse...

Não fale bobagem! O AH1N1 é tão grave que eu morri e resolvi mandar essa mensagem aqui do inferno para dizer: não saiam de casa porque a coisa tá feia! Tem uma mexcicana maravilhosa e *&¨%$ que te dá o maior mole, diz que te ama e quando você perceber, "atchim", ela te passa a gripe do porco! E já deu meu tempo aqui na Lan House do capeta. Abraço!

PS: a cobertura da mídia é ridícula. Eles sim merecem a sua frase já famosa: "cêis são tudo ridículo!"