quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Fragilidade

No dia 2 de Fevereiro de 2009 o Brasil assistiu a mais uma derrota em seu sistema partidário. O PMDB com a dobradinha Sarney-Temer elegeu o presidente do Senado e da Câmara, respectivamente. Resumindo: os "coronéis" dominaram o poder Legislativo de forma clara e contundente. Pior: o PT e o PSDB, situação e oposição, nada conseguiram fazer para que o levante peemedebista se consumasse.

Olhando esse painel que se instaurou e refletindo sobre as eleições de 2010 chegamos a uma questão inexplicável. O PMDB, maior partido da nação, absoluto no Congresso, nos Estados, nos municípios não possui nenhum nome para concorrer à Alvorada. Com a magnitude que tem, a congregação não consegue renovar seus quadros, ampliar o horizonte com novos nomes na política, novos políticos, nada! Existe aqui uma crise partidária absurda e que é administrada presidente após presidente.

Para o pleito de 2010 temos os nomes de José Serra, Aécio Neves e Dilma Rouseff. Alguém poderia lembrar de algum militante peemedebista ?
O leitor mais afoito dirá: "Mas há a possibilidade de Aécio mudar de partido!". Ledo engano. Não mudará. O que teremos é uma convenção interna no PSDB definindo, obviamente o nome de José Serra. O governador mineiro, para não cair no ostracismo, sairá candidato a uma vaga no Senado. Isso é quase uma verdade absoluta.

É frustrante. Não se vê um rosto novo na cena política. Nenhum. Nos EUA o fenômeno Obama, mesmo que se mostre uma farsa, reavivou a esperança em solo norte-americano, americano e porque não dizer global. Por aqui, nos animamos com Sarney, que completará 54 de vida política, magnifico !

A reforma política é importante, imprescindível para que a nação tome rumos diferentes, novos. Enquanto múmias ambulantes tomarem conta de Brasília, que nem completou 50 anos, o nosso país tupiniquim viverá a diacronia da modernidade que o mundo exige com o conservadorismo avassalador que esses "enfaixados" representam.

2 comentários:

Victor disse...

Uma merda isso mesmo. Tá na hora do bigode aposentar... aliás, passou da hora.

Unknown disse...

Du, caríssimo,
Excelente análise do Planalto. Há, no seu texto, um elemento literário, um caráter narrativo que é muito típico da sua forma de argumentação. Gosto particularmente do modo como você constrói o panorama, o ambiente, o cenário e, sobre ele, vai distribuindo os personagens (no caso, os “presidenciáveis”, os partidos, os parlamentares), inferindo, a cada passo, doses sutis de sarcasmo (muito sutis mesmo, mas que explodem em deliciosa e, às vezes, brutal ironia como, por exemplo, na expressão – excelente, diga-se de passagem – “múmias ambulantes”). As tramóias e trapaças de bastidores políticos tomam ar de crônica e a leitura fica definitivamente muito fluente. Du, você se revela um potencial ensaísta político.